
Bar na 412 sul. A luz estava linda, a bandeira do Brasil é uma coisa que sempre me atrai, então fiquei ali parada, esperando a foto acontecer. O cara veio andando meio sem rumo, parou e deu uma olhadinha no futebol da TV. Obviamente não morava no Plano, como delatavam suas roupas, o chapéu e o jeito tímido, jeito de quem não se achava no direito nem de estar ali, mesmo naquele botequim bem popular (para dizer o mínimo). Mas foi ficando, entrou, sentou. Depois que ele entrou, comecei a fotografar minha sombra na calçada, outra coisa que acho irresistível (minha sombra, não a calçada). Chegou gente, saiu gente, e eu ali fotografando. Por último saíram o cara e a garçonete da foto acima. Trocamos olhares de estranhamento mútuo. A vida é estranha mesmo. Quem somos nós? O que estamos fazendo?
...