não passou


Passou?
Minúsculas eternidades
deglutidas por mínimos relógios
ressoam na mente cavernosa.
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Não, ninguém morreu, ninguém foi infeliz.
A mão -- a tua mão, nossas mãos --
rugosas, têm o antigo calor
de quando éramos vivos. Éramos?
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Hoje somos mais vivos do que nunca.
Mentira, estarmos sós.
Nada, que eu sinta, passa realmente.
É tudo ilusão de ter passado.
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(Carlos Drummond de Andrade)

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