Sou apaixonada pelos artistas de rua. Indepentente do estilo dos caras, eu gosto que eles estejam ali. Gosto que ocupem o espaço. Eles humanizam a cidade. Trazem novidades. O visual vai mudando, se renovando, de propósito ou acidentamente, com cartazes colados e arrancados, manchas de tinta, novas pinturas. Eu acho sempre bonito o resultado. Eles também pertencem de fazer imagens (veja Manoel de Barros, abaixo). E o mais interessante: os caras conversam entre si. Uns citam o trabalho dos outros. A menina acima, na parada de ônibus da 215 norte (feita para Sofia, como escreveu o artista) está segurando na mão um boneco; esse boneco tem a cara de uma figura que eu e minhas filhas chamamos de "cabeça de ovo", uma melancólica figura grafitada pela cidade toda, que já postei aqui meses atrás, acompanhada de um poema de Drummond (http://umaoutrabrasilia.blogspot.com/2007/07/um-grafite-melanclico-na-111112-norte.html).
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