Agruras e farturas
Foi há muito, mas
Revisitam-me ainda seixos
De um intermitente rio.
Um viço restante de ramagem,
Fartum de abelhas,
Flores sem castas.
Pelas encostas e ribanceiras
Salobres saberes,
Ressequidos olhos d'água.
Vão-se lá, muito ao longe,
Tanger de chocalhos,
Andrajosos arreios.
Aurora, quase dia,
Resistindo a fé em aconchegos,
Breves, quase braseiros.
Tempos rudes,
Secos açudes
Calosidades.
Sem colos,
Sem mimos.
Caatinga, arranhão, arrimos.
Coração escavado,
Umidades fundas,
Mágoas remotas de últimos veios.
Um dia, tudo à tona,
Lágrimas, pingos, rios,
Vozerios, gozos, inundações.
Fluir e refluir,
Polpas, imagens
De um tempo sem estações.
Agora, apenas cicatrizes,
Líricos, felizes traços
De águas sem enxovalhos, abraços.
Foi há muito, mas
Revisitam-me ainda seixos
De um intermitente rio.
Um viço restante de ramagem,
Fartum de abelhas,
Flores sem castas.
Pelas encostas e ribanceiras
Salobres saberes,
Ressequidos olhos d'água.
Vão-se lá, muito ao longe,
Tanger de chocalhos,
Andrajosos arreios.
Aurora, quase dia,
Resistindo a fé em aconchegos,
Breves, quase braseiros.
Tempos rudes,
Secos açudes
Calosidades.
Sem colos,
Sem mimos.
Caatinga, arranhão, arrimos.
Coração escavado,
Umidades fundas,
Mágoas remotas de últimos veios.
Um dia, tudo à tona,
Lágrimas, pingos, rios,
Vozerios, gozos, inundações.
Fluir e refluir,
Polpas, imagens
De um tempo sem estações.
Agora, apenas cicatrizes,
Líricos, felizes traços
De águas sem enxovalhos, abraços.
(Luiz Martins da Silva)
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