como fazer história

Independentemente do desfecho, os estudantes que ocupam a reitoria há dez dias já entraram para a história da UnB. Exigiram a renúncia do reitor Timothy Mulholland (veja a postagem "Saudades de Darcy", abaixo). Tiraram os professores da incompreensível inércia e do cômodo silêncio em que se encontravam; forçaram as autoridades e as instituições envolvidas a ouvir, negociar e, principalmente, agir.
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Nesse poucos dias, o reitor e o decano de administração pediram afastamento. O Ministério Público denunciou oficialmente o reitor por improbidade administrativa. O vice-reitor Edgar Mamiya, também investigado por impobridade, pediu exoneração. E finalmente Timothy, que jurava não largar o osso, renunciou.
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Parabéns, meninos. Vocês me enchem de satisfação e de orgulho. Nós, que não temos mais vinte anos (nem trinta, para falar a verdade), precisamos de vocês, da sua alegria, criatividade, coragem. Precisamos ser lembrados da importância da indignação e, principalmente, da ação. Porque sem ação a indignação é no mínimo estéril; muitas vezes, até hipócrita.


"Educação é progresso",
está escrito na bandeira gigante.
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A reitoria pensou que, sem água e luz, o pessoal ia esmorecer. Esqueceu que aos dezoito ou vinte anos de idade o que não falta é resistência e bom humor.

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Cinco mil reais por hora, o preço do Hotel Reitoria. Foi essa a multa que justiça fixou por cada hora de ocupação. No começo do movimento os estudantes criaram uma rádio chamada 5.000/hora. Ontem eles fizeram a Festa do Milhão, valor da multa às 22h.


O otimismo da prática deu resultado. Há dez dias, o pessimismo da razão era unânime em afirmar que a ocupação era inconseqüente e não ia dar em nada.



Instalação criada pelos alunos do Instituto de Artes: lixeiras de plástico em contraponto às lixeiras de 1.000 reais compradas pelo reitor com o dinheiro público.
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